A menina que queria ser grande
Quando era pequena,
Sonhava em crescer,
Em ser a melhor,
A maior,
A única,
Simplesmente porque era ‘grande’.
Agora que cresci,
Penso no tempo em que o desejava ser,
E rio-me da ingenuidade,
Típica da tenra idade,
E desejo, por sua vez,
Voltar a ser a pequena que desejava ser grande.
E entre devaneios,
Sonho então ainda não pensar em nada,
E preocupar-me com o nada que o tudo oferece,
Aborrecer-me com os maiores problemas da existência humana,
Nas triviais brincadeiras de infância.
E percorro assim,
Alegremente,
O caminho que se escolheu,
Perante mim.
Fui que o escolhi?
Dizem que sim,
Mas não tenho a certeza.
No fundo,
Não queria crescer realmente.
Apenas que alguém me levasse a serio,
Com a minha atitude ‘grande’.
Engraçado…
Nunca me chamaram grande.
Imagino que seja porque a minha altura,
Assim não o mostra.
Mas serei eu grande?
Acho que sim.
Grande de alma,
Grande de espírito,
Grande de existência.
E pequena?
Também.
Talvez ate nunca tenha realmente crescido.
Mantive aquela distancia irreal da realidade.
Mas aqui estou eu.
E inúmeras vezes me perguntei,
Como seria,
Se pudesse mudar algo.
Resolvi que não o faria.
Que seria eu,
Se não fosse a menina pequena que sonhava ser grande?
E cresci,
Mas pequena fiquei.
2011
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