Faz amor comigo

Aquela chama,
Que me queima por dentro…
Aquela vontade sobrenatural,
Incontrolável,
Imersa num amor arrebatador,
Numa sensibilidade bruta,
De um pedaço de céu em pleno inferno.

Aquela sensação,
Aquele pesar,
Aquela ânsia,
Aquela paixão…

Se te disser,
Que cada vez que o teu nome surge,
O meu corpo treme,
A minha boca seca,
A minha mente caminha então,
Em direcção a pensamentos impuros…

Se tudo o que te disser,
É o quanto te desejo,
O quero te quero,
O quanto anseio,
Por poder tocar na tua pele,
Por poder abraçar te o corpo nu,
Por poder acariciar a tua alma liberta…

Se te disser,
O quanto sonho,
Com sentir-te em mim,
O ser consentidamente possuída,
Por um amor puro,
Bruto,
Espontâneo,
Singular.

E quero-te,
E desejo-te.

E não penso em mais nada,
Porque me perco nestes pensamentos,
Porque…

Não sei o que mais te dizer,
Quando não consigo dizer mais nada.

Não sei o que és para mim,
Não sei o que sou para ti,
Mas conheço-te,
Mas tenho-te,
Isso chega.

Mas como aguentar,
A ausência do teu olhar,
A falta da tua voz,
O não querer mais que um abraço teu?

Como aguentar,
Esta vontade que emerge de dentro de mim,
Que não consigo,
Não quero,
Nem posso,
Combater?

E quero-te,
Com todas as minhas forças.

E só penso,
No dia em que te vou ter nos meus braços…

Oh! Se ao menos soubesses…
Se ao menos compreendesses!

Que não e capricho nem partida,
Que não é infantilidade alguma,
É apenas paixão!

Oh! Se sentisses esta urgência em ti,
Como eu sinto em mim!

E te sentisses queimar,
Como no inferno…
E apenas te olhando,
Como um anjo,
Que me tira dessa prisão de calor…

Oh! Porque me privas de tal afecto?
Porque não me das,
A agua que apaga a chama?

Meu deus, como te quero!

E ao te querer percebo,
Que não te devia querer mais…

Porque quanto mais te quero,
Mais me perco em ti…

Tira-me esta paixão,
Despe-me desta pele,
Mata-me o desejo,
Rasga-me esta mascara,
Expõe-me nua e pura,
Perante toda a tua beleza…

Faz amor comigo.

2011