Cromo Repetido
Fecho os olhos e deixo que as memórias me invadam: Ainda sinto os teus lábios nos meus. Pequenos beijos sôfregos que me cortam a respiração e me acordam o corpo. Olho para o lado, e consigo ver-te de novo a acordar... Oh que sorriso maravilhoso ! Adoraria perder-me nele, se os teus olhos não chamassem por mim e me pedissem atenção! É tão bom olhar para ti... Sentir o toque da tua pele na minha, As minhas mãos nos teus cabelos, A minha alma na tua. Fechar-me no teu abraço, Apaixonar-me lentamente pelo calor que me invade, Pelo teu cheiro no meu. Mas não sou eu, pois não? Quem te invade a mente. Quem te acaricia os sonhos. Quem te pertence ao coração. Típico objecto de perdidos e achados, Sou a dona de uma coleção que não é minha. De promessas feitas numa outra vida, De amores perfeitos suspensos no ar, De finais felizes para sempre. Qual cromo repetido, Guardo em mim a esperança eterna, Da utilidade efémera. Não és meu, Nem nunca serás....