Némesis
Seria tão
bem mais feliz sem mim.
(Mentes
com quantos dentes tens na boca)
Sem mim em
ti, sem ti em mim. Seria miserável, mas feliz.
(Deixa-te
de merdas)
Quase que
odeio o teu apreço por mim, quase tanto quanto odeio não te conseguir odiar.
(E desde
quando te fazes de vitima?)
E
apetecia-me - Oh Deus, como me apetecia!- dizer-te adeus.
(Pára de
dizer merda)
Aquele monstro,
a que chamo sentimento - mesmo quando nada sinto.
(E o que
raio sentes, afinal?)
Será mais
assustador quando não existe, ou quando existe sem querer?
(Tu queres
que exista.)
Irá gritar
ele por mim, tanto quanto grito eu por ele?
(Deixa-te
de fitas)
Ai
caraças, se a ingenuidade matasse!
(Mas que
porra sabes tu, diz-me lá?)
Que merda
tens tu, que pensas que podes chegar e partir, quando bem te aprouver?
(A mesma
que te faz pensar que te podes queixar disso, quando o permites.)
Gostaria
eu de ser metade (talvez nem isso) daquilo que julgas que és!
(Eu sou
tu, em dobro.)
Chegas,
gritas, choras, sorris, bates, arranhas, puxas e empurras, deixas marcas e
ainda mandas gargalhadas!
(E porque
me deixas fazer isso? Pior ainda, porque me acompanhas?)
Para no
fim, te ires embora. Sem dó, nem piedade. Que monstro és tu?
(E a ti, que
mãe te pariu?)
Juro, e
prometo (jurando), que se não te chamasses amor, iria chamar-te de dor!
(Chama-me
pelo teu nome. Eu sou tu, e tu és eu.)
Importas-te
de te calar?
(Quase
tanto quanto tu te importas em me ouvir.)
Deixa-me!
(Não posso.
Olha-te ao espelho.)
É a mim que vês.
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