Religiões




Que a mescla do meu ser,
Se perca no momentum
Quantificado apenas
Pelo tempo do meu silêncio.

Acabo em mim,
Quando penso que tudo começa
Para além do meu poder
E do meu conhecimento.

Perco-me em tragédias gregas,
Que pouco me dizem
Além do tradicional
Sofrimento pouco digno
Dos protagonistas.

Alcanço um patamar
Escasso na essência do prémio
Daquele que segura
O troféu pouco suado.

Uso-me e abuso-me
Considerando o tempo
Nada mais que um passageiro condutor
De infelidades crueis
E sujas de promessas
Insuspeitas.

Creio numa má fé,
Num caminho pouco trilhado
Da minha mente
Num qualquer canto
Pouco pavimentado
Pelos pensamentos ociosos
Dos que muito me querem
E pouco me dão.

Sorrio ao pensar
Na poeira pouco assente
Que albergo no meu coração.

Ah se o pó fosse venenoso!

Escorrego na água
Que os outros pousam no chão
Por onde passo.

Para me levantar,
Encharcada e com algumas mazelas,
Mas de sorriso ardente nos lábios
E de faces ruborizadas pelo orgulho
Em mim crescente.

Aqui me levanto,
Quase digo eu,
Caindo de novo.

Não desejo ser outra
Impressão mal empregue
Na vida de ninguém.

Espero ser a imagem
Algures estimada
De um coração abandonado
Pela maldade alheia.

Mas não deixo de ser quem sou,
Imaculada no pecado,
Concebida na imperfeição,
Regente da anarquia.

Inocentada na lúxuria,
Virgem nas emoções
Que o prazer me dá.

Oh! A soberania do desconhecido,
Na ignorância do conhecido,
E na elegância do julgamento.

Vede em mim
Tal desprazer da mente,
Como o orgasmo do corpo,
Na sede do saber.

Ah, creio em mim, sim!
Creio em quem sou,
Perante as futilidades,
De quem mais não faz
Que utilizar o preconceito
Na ânsia de ser,
O que nunca será.

Alegra-me a elegância do meu pensamento,
Constratando com a podridão habitual
Da sociedade infinita
De regras desregradas.

Amén.
2015

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