A Fallen Princess
Bonitas, feias, gordas, magras,
Inteligentes, menos inteligentes,
Pobres, ricas, cultas, ignorantes:
Todas as mulheres querem o seu conto de fadas.
Eu fui princesa por uns momentos,
Não sei ao certo se semanas ou dias,
Mas sei que o fui.
Não creio saber como se vive um conto de fadas,
Não acredito em amores eternos,
Muito menos nos principes de cavalo branco
E sem defeitos.
Acredito em sapos.
São uma coisa mágica, os sapos!
Se um principe nasce principe,
Não sabe ser feio nem ver a beleza dos outros.
Mas se nasce sapo e vira principe...
Vocês sabem a história.
Parece mentira,
Mas é verdade.
Os sapos sabem viver contos de fadas,
E sabem transformar as meninas em princesas.
A magia tem nome,
Mas não creio que o saiba pronunciar
Tanto quanto me acho capaz de a fazer
Ou sentir, se isso importa.
Mas sim, os sapos.
Eu conheci um sapo.
E fui princesa,
Por semanas, ou dias,
Não sei precisar.
Mas é engraçado como a magia funciona:
Ela não oferece nada,
Sem retirar um pouco de algo.
E assim, a magia egoísta
Tirou-me a pequena coroa,
E a única coisa que me deixou na cabeça,
Foi a sensação do seu peso.
E que sensação!
Ter algo e perder,
Pode parecer mau,
Mas é o dom da felicidade.
Como se sabe o que se perdeu,
Se nunca se achou perdido?
E assim,
Deixei de ser princesa.
O sapo, continua sapo.
Acredito que transforme
Outras meninas em princesas,
E deve.
Todas as meninas deveriam sentir-se princesas
Nem que fosse por um segundo.
Mas não se esqueçam:
A magia acaba, que nem as doze baladas
Com a Cinderela.
E não existe conto de fadas sem magia,
Sem perdas e sem princesas.
Sem sapos existe, mas como disse,
Não tem o mesmo sabor.
Sejam Cinderelas por um momento,
Nunca se esquecendo da Gata Borralheira dentro de vós.
Ao meu sapo:
Obrigada, fui princesa,
Não sou mais.
A magia chegou ao fim,
Mas o teu dom, não.
Principe serás,
e eu princesa ja fui.
2014
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