Mil Anos
As
horas passam,
como
que rindo da minha cara,
fustigada
pelas lágrimas,
da
escassez eminente de outras emoções.
E
eu vejo as minhas lágrimas,
cada
uma delas,
reforçadas
pela presença
do
teu fantasma.
Fomos
embora do presente,
tu
e eu,
e
cada pedaço de nós
que
nos unia.
E
a minha mente prega-me partidas,
aguardando
com saudade
aquelas
pequenas conversas
de
longas horas,
de
longos dias,
de
imensos sentimentos.
Mas
elas não voltam.
Nem
tu.
Vejo
morrer aos poucos,
tudo
o que és.
Somos
uma sombra
de
demónios do passado
que
nos gritam incessantemente
ao
ouvido tudo o que poderíamos ter sido.
E
a verdade muda,
ao
ritmo insano da nossa
vontade
de mudar o imutável.
Os
nossos pedaços
flutuam
acima das nossas cabeças,
como
pequenas aureolas,
pequenas
recordações,
cruéis.
É
difícil dizer que não consigo.
É
difícil abandonar-te,
fantasma
ou não.
Mas
não posso mentir por muito tempo,
sem
que os olhos abandonem o sorriso,
há
muito sujo de falsas esperanças
de
um futuro melhor.
O
meu coração sente que o seu lugar
não
é dentro do meu peito,
porque
sempre que penso nestas palavras,
ele
quer saltar-me pela boca.
E
custa tanto, e não há maneira delicada de dizer
''Amo-te,
mas não aguento mais''.
Não
há um jeito bom de dizer
''Estou
a morrer aos poucos a teu lado''
E
todas as lágrimas que não deitas,
eu
deito por ti.
Todos
os sorrisos que eu não consigo dar,
tu
dás por mim.
Mas
as palavras nunca são ditas,
a
verdade nunca sai de mim.
Porque
é tão complicado
dizer-te
que não consigo ser quem precisas?
Sinto-me
pequenina.
Cada
vez mais pequena,
porque
o peso que carrego nos ombros,
encolhe-me
a cada segundo.
E
tu, meu amor?
Desculpa.
É
demasiado para ti,
a
tua alma tem mil anos,
e
o meu sorriso dois mil.
Eu
vejo-te desaparecer,
envelheces
e morres em frente aos meus olhos,
e
eu não consigo dar-te
a mão.
Eu
estendo-me,
e
debruço-me sobre ti,
mas
a minha mão não segura na tua.
Porquê?
Sinto
que também não seguras a minha,
mesmo
eu morrendo ao teu lado.
Os
fantasmas não se tocam.
Os
fantasmas não se sentem.
Os
fantasmas... são sombras.
E
os gritos da minha alma,
não
encontram saída no teu coração.
Desta
vez,
não
te tenho dentro de mim
e
sinto-me tão vazia...
Mas
eu não consigo ser a mão que seguras.
Não
consigo ser o sorriso que procuras.
Não
consigo ser quem precisas que te salve.
Não
desta vez...
Mas
um dia, encontraremos um caminho.
Um
dia, tudo isto será uma má memoria,
na
historia de um livro velho,
sujo
e poeirento.
Lamento
que me vejas assim.
Lamento
ver-te assim.
Mas
breve, tudo estará acabado.
Há
dias que não sei,
se
estou certa ou errada.
Mas
o meu coração pede descanso,
que
a cabeça lhe implora.
Mas
apesar de tudo,
a
nossa verdade será nossa.
E
mesmo que sintas o contrário neste momento,
nunca
encontrarei um amigo como tu.
Mas
neste momento,
não
posso manchar as minhas recordações.
Não
posso assumir que este fantasma
que
assume a tua vida,
é
a pessoa que sempre tive do meu lado.
E
tu não podes,
não
deves.
Olhar
o meu sorriso e pensar que nunca foi verdadeiro.
As
marcas do tempo,
estão
marcadas a ferro em mim,
mas
o meu coração continua fiel a ti, a nós.
A
nossa amizade será sempre grande,
grande
demais,
mas
hoje está pequena para ambos,
hoje
está diferente,
inerte,
envelhecendo e morrendo ao nosso lado.
Nem
em mim posso confiar,
não
te posso contar,
nem
eu me quero ouvir.
Não aguento mais ver-te desfalecer,
Não aguento mais ver-te desfalecer,
mesmo
que eu te acompanhe,
pelo
menos nisso.
Já
fomos tão cheios de vida...
Há
certas coisas a que as palavras não fazem jus.
''espera
por mim'' pode não ser
o
melhor a dizer,
mas
é o que a minha alma,
o
meu coração
e a minha mente.
Te
pedem, com toda a minha força.
Porque
agora, meu amor...
eu
preciso de precisar de ti.
E
que precises de mim.
Preciso
de te dizer adeus,
mas
a palavra parece-me demasiado banal.Não
tenhas medo.
Vejo-te
quando eu adormecer.
2013
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