Quebrada
Não sei como começar este texto,
Tanta coisa que quero dizer,
Mas nenhuma ordem de pensamentos.
Não há inicio,
Meio,
E muito menos,
Um fim.
Apenas uma encruzilhada de emoções,
De pensamentos,
De mal entendidos,
E de momentos vividos e perdidos.
Se tivesse de pedir algo,
Pedia para que houvesse uma solução,
Ao problema que não sei,
Á sensação que não sai.
Encontro-me partida em pedaços,
Espalhados em cada pessoa,
Sou parte de vocês,
E vocês fazem de mim um todo.
Cada pedaço fica guardado,
Sem saber eu muito bem onde,
E por vezes,
Esse pedaço quebra-se.
Noutras, porém,
Esse pedaço cresce.
Sou então um ser fragmentado,
Uma mistura de tudo e coisa nenhuma,
Uma linha de pensamentos,
De emoções,
De sensações repartidas em momentos.
Não tenho passado,
Não tenho futuro,
Não tenho presente,
Que não esteja em cada um de vocês.
E todos, contam a minha historia ao mundo,
Entre palavras e gestos,
Entre a razão e o amor,
Sou eu.
Já não me sinto sozinha como antes,
Mas a companhia que ansiava,
Nunca chegou.
O momento do conto de fadas,
Acabou.
A vida real começou.
Não tenho pretensões a muito,
Não tenho desejo a pouco,
Tenho o que tenho,
E anseio por ter mais,
Do menos.
Há cicatrizes que não se curam,
Há tempestades que não passam,
Há momentos que não acabam,
E historias que não existem.
E de pedacinhos feita,
Vou vivendo.
A minha historia,
A vossa vida.
Porque estou quebrada.
2011
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