Amanhã será o dia...

Posso ouvir-te…
A voz fraca,
O coração acelerado,
O corpo húmido…

O frenesim que sobe,
A boca que procura,
Que acha,
Que entrega…

Apenas tu tens,
Aquela magia,
Que me deixa vulnerável…

Consigo ouvir,
Consigo …
Não consigo pensar…

Quero-te,
Dentro de mim,
A ferver,
Na fria sensação,
De prazer,
E de desespero…

Mais…
Mais,
Mais,
Mais!

Geme !
Grita !
Toca-me !

Sinto a chama ardente,
Que me queima o peito,
Que te enlouquece,
Ama-me.

Aquele gosto amargo,
Do vencedor derrotado.
A fúria,
A paixão…

Rasga-me a pele,
Corta-me o folego,
Sangra-me o desejo,
Deseja-me!

Segue esse instinto,
Caça a tua presa,
E, no fim…

Solta a satisfação,
De um outrora prazer retido,
No labirinto do teu anseio,
Na fome da tua alma.

Aperta-me contra ti,
E beija-me,
Como se não houvesse amanha,
Como se não houvesse hoje,
Como se não houvesse nada.

Porque a realidade de hoje,
E o sonho de amanha,
E a vontade de agora,
E a desilusão do depois.

Fica comigo.

2011