Despeço-me
Tenho saudades.
Daquela inocência perdida,
Daqueles sorrisos rasgados,
Das noitadas sem fim…
Tenho saudades.
De te ver sorrir,
De ouvir a tua voz,
Dos teus olhos.
Quero voltar atrás,
E reviver o passado,
As memórias,
As palavras,
Os sonhos partilhados.
Não consigo,
Não quero,
Não vou.
Às vezes, o que mais nos dói,
É o que já sabemos,
E queremos esquecer.
Às vezes, o que mais nos magoa,
É o que julgamos ser,
Mais que bem-querer,
E saber que nada somos,
Nada fomos.
A ignorância não e de quem não sabe,
Mas sim de quem não quer ver.
Não somos o que quero,
Não fomos o que quis,
Sejamos então pó.
Se de mágoa meu peito sofre,
Deixo que o teu sofra de culpa,
Pelo que me fizeste pensar,
Pelo que me fizeste crer que me eras.
Não sou forte,
Não sou invencível,
Não sou de ferro:
Sou quem sou,
Que julguei ser,
E quem sempre fui contigo.
Desculpa a franqueza,
Mas nada mais te posso oferecer agora.
Meu coração esta partido,
Minha alma esta de luto.
E tudo se resume a uma brisa,
A uma memória,
A uma ilusão,
A uma palavra:
Amigo.
Despeço-me.
2010
Gostei de ler! Muito bem, continua! Beijinho, cara colega! * Inês
ResponderEliminare das cinzas tudo renasce
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