Unravel










Foda-se!
Bem sei que não é a maneira mais poética de expressar algo, mas ...
Foda-se!
Vou dizer-te que não.
Vou dizer-te que estou demasiado magoada, que as coisas não são tão simples assim.
Vou dizer-te que não posso, que não quero, que não consigo.
E não penses que te estou a mentir, porque não estou.
Foda-se, estou a mentir-me a mim mesma, isso sim!
Não me leves a peito: és apenas mais uma saída de emergência da minha vida.
Tenho de fugir ou irei morrer.
Não que me mates, não, desculpa.
Mas porque não consigo sobreviver a ser metade de mim nem a ter metade de ti.
Quero ser eu por inteiro, quero-te por inteiro.
Não tenho plano a prestações, desculpa.
Foda-se.
Tão pouco tempo, e tanto para dizer que não se diz.
É engraçado como a vida acontece: não te pedi, mas apareceste.
Agora que queria que ficasses, tens de ir embora.
Desculpa.
Foda-se.
Quando me deixo levar pelos "Tenho saudades tuas" que não terminam contigo ao meu lado,
Sei que me fodi.
Não penses que quero isto!
Se durar mais tempo, acho que até um terço de ti aceito.
Mas não. Não posso.
Mereço mais, preciso de mais.
Não acredito em finais felizes, mas acredito em felizes no final.
É um facto que te quero, que nos quero. 
Mas vou dizer-te que não.
Vou dizer-te que não consigo ser mais do mesmo,
Vou dizer-te que somos pessoas diferentes,
Vou dizer-te que não posso.
E vou pedir desculpa.
Vou fingir que não me importo, que não me doí, que não faz mal.
Vou fingir que acredito que te vou esquecer, que nunca me serás mais que isto.
Vou fingir até que não choro, que não me arrependo, que não me incomoda.

Vou dizer-te adeus e vou sorrir,
Enquanto sinto mais um pedaço de mim morrer.

Foda-se!

2016



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