Impaciência

A vida desafia-me a cada segundo,
Sem me dar tempo para pensar,
Mas com o mundo a sentir
A minha cabeça no ar.

Não tenho grandes histórias de amor,
Nem grandes vitórias no coração
Mas trago em mim mais ardor
Que Amália, numa canção.

Não sou grande,
Mas de pequena não tenho nada.
A minha alma da´-me a grandeza,
Que te pede emprestada.

Por isso, a vida muito me ofereceu:
Nem sempre coisas más,
Nem sempre coisas boas.

Não me orgulho de tudo,
Não me arrependo de nada,
Vivo ao segundo do minuto,
Da hora que me foi dada.

Se te digo o que sinto,
Não te penso para ficar,
Mas não julgues que permito,
A luxuria desse olhar.

A vida fez-me dela,
Sem ter pressa de voltar,
Nunca fui aquela,
Sem tempo para dar.

Não me penses ingrata,
Não me penses vazia,
Sou apenas a miúda
Que muito pensava, nada fazia.

Agora mudei:
Não penso tanto quanto faço,
Apenas nunca pensei,
Em mais do que o teu abraço.

Não quero tanto quanto julgas,
Não prometo tanto quanto queres,
Não sou digna de injurias,
Quando tu apareceres.

Por isso te continuo a dizer:
A vida a mim me pertence,
Mas é nela que eu vou querer,
Que tu te apresentes.

Não tenho pressa de chegar,
A lado algum que ela me leva,
Mas se te tiver para me apoiar,
Eu vou até ao fim do mundo.

A vida então me tomou em si,
Se eu sou dela ou ela minha,
Isso nunca conheci,
Tamanha resposta digna.

Vivo para morrer,
E não será justo vencer,
Contra o tempo correr,
Cada segundo aprender?

Vida, serás minha?
.
2013

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