Desta vez...

Diz-me o que fazer,
Eu não consigo ver,
Envolta nesta névoa…

Sinto me perdida,
Desorientada…

E eu tenho a chave,
Mas não serve,
Na fechadura que quero abrir…

E eu quero tentar,
Eu quero conseguir sentir-me melhor.
E dou voltas e voltas,
Sem sair do mesmo lugar.

E perco-me,
Bem no ponto de partida.
E desisto,
Antes mesmo de participar.
E corro,
Antes mesmo de andar.

E sinto-me forte,
Mas as minhas pernas tremem.
E sinto-me quente,
Mas o meu corpo gela.

E não consigo encontrar o caminho de volta…

E dou um murro no ar,
E rebento o universo do meu ser,
E despejo o lixo da minha mente,

Mas nada,
Me faz sentir melhor.

E cada dia que passa,
Cada hora que se gasta,
Cada minuto que se sente,

Perde-se no vazia da ausência,
Da tua ausência.

Escrevo-te,
Não porque quero algo,
Mas porque sinto algo,
E sinto que preciso de alguma ajuda,
Desta vez…

E grito ao vento,
Amaldiçoo o tempo,
Entorpeço o desejo,
Descarrego a raiva,
Mas só espero…
…só espero por uma palavra tua,
Por uma acção tua,
Por uma resposta tua.

E pensar,
Que por momentos,
Tudo pode cair no vazio da solidão,
Que por momentos,
A memoria te atraiçoe e eu,
Insignificante aos olhos do mundo,
Perca tudo o que tenho,
Tudo o que sou,
Tudo o que quero ser para ti…

Negro.
Negro é o sentimento que espreito,
Que temo,
Que não sei como lidar.

E perco-me de novo,
Bem no ponto de partida.
E não espero que me venhas buscar,
E não quero que me venhas salvar,
Só quero…


Algo,
Algo que me prenda,
Algo que me faça sorrir,
Algo que…

Me faça esperar.

Tua amiga sempre,
E para sempre.

Diz-me o que fazer.
Abraça-me.

2011